sexta-feira, 16 de dezembro de 2016
E o futuro? Pensador diz o que pode ser verdade em 2030
O triunfo das cidades e das classes médias
No mundo para o qual caminhamos, 60% das pessoas viverão nas grandes cidades, algo inédito na história da humanidade. As consequências da redução acelerada da pobreza, as classes médias serão dominantes e triplicarão de tamanho, passando de um bilhão a três bilhões de pessoas. Isto em si já seria uma revolução colossal, e deixará como sequela, entre outros efeitos, uma mudança geral nos hábitos culinários e, em particular, um aumento do consumo de carne a escala planetária, o que agravará a crise meio ambiental.
Em 2030, seremos 8,5 bilhões de habitantes no planeta, mas o aumento demográfico cessará em todos os continentes, menos na África, com o conseguinte envelhecimento geral da população mundial. O vínculo entre o ser humano e as tecnologias protésicas estimulará a invenção de novas gerações de robôs e a aparição de “super homens”, capazes de proezas físicas e intelectuais inéditas.
O futuro é muito poucas vezes previsível. Por isso, é preciso deixar de imaginá-lo em termos de prospectiva. Devemos nos preparar para atuar em diferentes circunstâncias possíveis, das quais somente uma se tornará realidade. A geopolítica é uma ferramenta extremamente útil. Nos ajuda a tomar consciência das rápidas evoluções em curso e a refletir sobre a possibilidade de que cada um de nós pode intervir de alguma forma, e propor um rumo. Para se tentar construir um futuro mais justo, mais ecológico, menos desigual e mais solidário.
Tradução: Victos Farinelli
Carta Maior [http://cartamaior.com.br/]:05/10/2016.
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Ignacio Ramonet. Sociólogo, Jornalista e Doutor em Semiologia. Professor Emérito da Universidade de Paris e diretor do Le Monde Diplomatique em espanhol. Autor do livro“El Imperio de la Vigilancia”, entre outros.
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