domingo, 16 de setembro de 2007

Renan, assunto inevitável!

Eu vinha pensando cá com os meus botões, depois do escândalo da absolvição de Renan, o ridículo que é essa política de representação. Não me sinto representada por nenhum daqueles calhordas que o absolveram, nem pelos q se abstiveram e nem tampouco pelos q o condenaram. Simplesmente porque acho q a vida real passa ao largo do senado, do congresso, dessa falida política de representação. Não me canso de repetir a frase de Pierre Levy: "Os políticos têm a importância q a gente dá a eles". Aparece sempre um "politizado" para retrucar: "Ora, tudo é política". Acho q não, tudo é poder, e hoje a horizontalidade do poder, cada vez mais tomando o lugar da antiga e ultrapassada verticalidade, abre caminhos para novos exercícios. O uso de veículos como a internet, por exemplo, dá voz a uma "monstruosa junção de singularidades" para repetir a linda frase de Ivana Bentes no Seminário "A Constituição do comum" promovido há pouco pela Facom. Achava-me solitária e delirante até ler a última página de Pompeu Toledo, na Veja, intitulada "Pra que Senado?", onde ele aponta a existência de vários países q simplesmente não têm Senado. Vamos chegar ao ponto de não termos políticos de nenhuma espécie, nem congresso, nem câmara de vereadores, nem executivo, porque, na prática, essas instâncias hoje pouco ou nada apitam, num mundo economicamente globalizado e culturalmente muito diversificado, com enorme fluxo de pessoas e desterritorialização exacerbada. Que identidade ainda é possível nesse mundo? Se interroga a revista Global Brasil, da Universidade Nômade, da qual Ivana Bentes faz parte. Uma identidade cada vez mais provisória, mas que, ao mesmo tempo, exige cada vez mais a responsabilidade pela criação de si.

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