quarta-feira, 16 de abril de 2008

Outros poemas/Eterno Millôr

É com a mais subida alegria que registro um comentário de Millor (não acredito!) respondendo-me no teleleitorada. Parece que estamos "ficando". Beijo seus pés, eu que sou quase uma gueixa. Lá no uol, comentário pg 58. Joguei o barro e parece que colou. Infinito Millôr!



Poemeu
E la nave, va?

Barco à deriva.
O timoneiro cego
E boquirroto
Dá ordens

Sem rações.

Clandestinos
E mercenários,
Sabotam operações.
Há muito rato a bordo.
O comandante,
Desnorteado

Não sabe onde é o leme.

Indica o leste

E grita: "Terra à vista!"

Mas vende a prestações.

A carne é pouca,
O tempo curto,
As bocas, muitas,
E vorazes.
E lá vão todos,
Mestres que enjoam em terra,
Pescadores de águas turvas.
O imediato
É da esquadra inimiga.
Todos, porém,
No mesmo barco
(mas sem água),
Marinheiros de última viagem
Em direção ao Fundo.
No porão, escravos.
Em volta, tubarões.

A bússola, que norteia,
Aponta o sul.

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