Negro da luz que desbota branco
Tanto talento tormento tanto
Tanta afronta de pouca monta.
Eia! virtudes em farta ceia
Todo encanto que pode o canto
Toda fiança que adoça a dança.
Que deus nos furta vida tão curta?
Mundo lamenta: ele mal cinquenta!
A ninguém ilude essa bruxa rude.
Paroxismo desse Narciso
Que achou desgosto no próprio rosto
E apedrejou-se com faca e foice.
Avança a rua (uma dor que dança)
E em seus telhados mandibulados
Requebra os hinos do dançarino.
Niños, rapazes, se sentem azes
Herdeiros todos e seus parceiros
Revelam parque, porto e favela.
II
Da Grécia três te trouxeram Graças
Arcas repletas de belas artes
Arcas que deram ciúme às Parcas.
Que luz trarias tu, mitologia,
Para um tal desatino de destino
Que o espandongado toma por fado?
Porque o povo grego disse que
Se a hybris o herói consigo quis,
Se condiz ao lado dela ser feliz
Ele mesmo será pão e maldição
Enquanto gera para os olhos de Megera.
segunda-feira, 29 de junho de 2009
sexta-feira, 26 de junho de 2009
São João sem saudosismo
Nada me tira mais do sério do que a turma de "no meu tempo..." Primeiro porque, a exemplo de Paulinho da Viola, "meu tempo é agora".
Dito isso, vamos ao São João. Perdi a conta do número de lamentos que ouço cada vez que vem esta festa. Pelamordedeus! A fila anda, os costumes felizmente mudam, e não seria o São João que iria ficar pra trás.
Portanto, vamos pra diante, tratando de nos acostumarmos com o forró que não é só pé de serra agora, é eletrônico, universitário e o que mais inventarem.
O meu foi em Miguel Calmon, terra de uma amiga, com direito a Dominguinhos, Adelmário Coelho e Magnifícos.
A festa lotou a cidade, já que Jacobina, cidade vizinha, não comemora e veio gente de Piritiba, terra de nosso querido Wilson Aragão, quem lembra? Plantei um sítio no sertão de Piritiba...
É isso! Como diz meu querido Millôr, "tragam a saudade pro dia-a-dia pra ela não virar melancolia".
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