quinta-feira, 29 de abril de 2010
Clarice me consola e eu consolo Clarice
Clarice escreveu-me (quem consolava quem?) a respeito de Rufo. Aliás,
este mundo virtual, que para mim é realíssimo, tem embananado mesmo
nossas cabeça. Nunca conheci Clarice, nem sei se este é o seu
verdadeiro nome, e comportamo-nos como irmãs "mabaças" ao perder um
irmão muito querido. Procuramo-nos. Dei-me conta que ela sempre
entrava nos blogs como anônima, mas saía como Clarice, só que este
segundo nome não dava link. Que pesadelo, querer falar com uma pessoa
próxima, unidas pela amizade de outro, e não ter como chegar.
Como publiquei aqui no blog (onde ela me conheceu através de Rufo)
notícias desse luto, recebo uma bela postagem dela, uma não, duas, e
hoje tomei uma decisão que deveria ter tomado há mais tempo: vou
escrever pra Clarice.
sexta-feira, 23 de abril de 2010
Do paroxismo entre os artrópodes
Todos conhecemos a fábula da cigarra e da formiga. Enquanto a primeira cantava no verão, inundando nossos corações com sua alegria, a formiga trabalhava, escrava da rainha, mais valia altíssima sempre, no limiar do lumpezinato. A versão original premiava a formiga com uma despensa cheia de comida durante o inverno, sendo abordada pela cigarra, à qual decide não ajudar. "Enquanto vc cantava eu trabalhava..."
A imaginação humana criou várias versões para esse final infeliz, moralista e nos mostra, ao contrário, a cigarra famosíssima, passeando num carrão de luxo, enquanto a formiga pobrinha, tentando se aquecer no fraco fogo que conseguiu amealhar com a pouca lenha que tinha.
Juro que gosto mais da segunda versão (existem outras, vcs podem pesquisar, a que ela virou parte de uma dupla caipira e muitas mais, mas sempre bem-sucedida).
Gosto mais porque é menos moralista, não sou a favor do bonzinho sempre ser bem recompensado simplesmente porque na vida não é assim. Odeio a alienação da formiga, ignorante dos seus direitos e cumprindo o seu fatalista papel de escrava.
Mas isso são fábulas... Na vida real, a formiga continua se dando "de" bem (como reza agora a mais nova cartilha das gírias, nunca entendi por que esse "de" mas vamos lá. Conheço muito poucas pessoas que tem raiva de formiga. Conheço muitas pessoas que tem medo de barata, horror, nojo, tudo que é ruim. Sentem-se heróicas por salvarem uma formiga e absolutamente vingadas (?) por matarem uma barata.
Alguém pode me responder por quê?
RacionalmenteL: Baratas e formigas andam por lugares imundos, trazem essa imundície para nossa mesa e, ainda assim, preferimos as formigas. Questão de design, talvez?
Aceitamos hípóteses, teses, teorias, qualquer coisa que ajuda a esclarecer esse insondável mistério.
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terça-feira, 20 de abril de 2010
domingo, 18 de abril de 2010
quarta-feira, 14 de abril de 2010
Café com leite
Vejam vocês, isso é o que em Sidney, Austrália, eles fazem pra demonstrar que a arte não tem limites - uma reprodução gigantesca da Gioconda, a Mona Lisa, feita com 3.654 xícaras de café - misturadas com leite pra criar nuances de cor.
Oferecemos isto aos nossos teleitores brasileiros que sabem muito bem que a maluquice humana também não tem limites (Millôr Fernandes).
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sábado, 10 de abril de 2010
Chorar é preciso
Do insuperável Drops da Fal: "Eu choro, sabe, eu choro porque a dor não me deixa respirar e mesmo assim eu respiro fundo e solto o ar em oito tempos, como nos exercícios da aula de canto, enquanto bato claras em neve e meço a quantidade de leite para o suflê, enquanto ralo o queijo ou penduro a roupa no varal, enquanto misturo as tintas, enquanto lavo os pincéis. Choro porque sou impotente, porque tudo posso. Eu choro quase sempre, quase o tempo todo, porque o humano que há em mim se atira do parapeito e não há volta. Mas eu volto, todas as vezes. Todos os dias".
Viver dói mesmo, Fal, todo dia.
Viver dói mesmo, Fal, todo dia.
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sexta-feira, 9 de abril de 2010
Luto e cantigas
Ainda muito perturbada pela morte de Rufo, visitei hoje o www.expoart.com para ver se tinha alguma notinha. Comuniquei-lhes do falecimento e como Rufo era um constante colaborador achei que merecia algo. A gente sempre acha que nossos mortos merecem algo, mas quem tá aí pra isso? Volte de um enterro e tenha a nítida sensação que a vida não tá nem aí... segue seu rumo.
Mas, para minha surpresa, publicaram a nota que enviei e um texto que já publiquei aqui no blog "Descansa em paz, meu capitão", como um dolorido tributo.
Agora é oficial: as Cantigas de Infância, projeto selecionado pelo Edital de Música de 2008 da Secretaria de Cultura do Estado da Bahia, têm até 15 de maio para estarem disponíveis para download. Novela comprida mas que parece que tá chegando ao fim. Aqui, uma provinha do que vem por aí (18 cantigas).
Não acertei linkar o mp3. Amanhã alguém me socorre.
janones.mp3
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