segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008

Outros poemas/Ateneu, X 462 C.

Agora o chão da casa está limpo, as mãos de todos
e as taças; um cinge as cabeças com guirlanda de flores,
outro oferece odorante mirra numa salva;
plena de alegria, ergue-se uma cratera,
à mão está outro vinho, que promete jamais falar,
vinho doce, nas jarras cheirando a flor;
pelo meio perpassa sagrado aroma de incenso,
fresca é a água, agradável e pura;
ao lado estão pães tostados e suntuosa mesa
carregada de queijo e espesso mel;
no centro está um altar todo recoberto de flores,
canto e graça envolvem a casa.
É preciso que alegres os homens primeiro cantem os deuses
com mitos piedosos e palavras puras.
Depois de verter libações e pedir forças para realizar
o que é justo - isto é que vem em primeiro lugar -
não é excesso beber quanto te permita chegar
à casa sem guia, se não fores muito idoso.
É de louvar-se o homem que, bebendo, revela atos nobres
como a memória que tem e o desejo de virtude,
sem nada falar de titãs, nem de gigantes,
nem de centauros, ficções criadas pelos antigos,
ou de lutas civis violentas, nas quais não há nada de útil.
Ter sempre veneração pelos deuses, isto é bom.

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