domingo, 19 de agosto de 2007

outros blogs/A onda agora é andar de buzu 2

Vejam o q Sonia Francine Gaspar Marmo, colunista da folha de sp no "blog da soninha", escreve sobre andar de ônibus.

Idéias, deslocamentos e demônios.
Sempre lembro de uma entrevista do João Gordo em que ele dizia que passou a ter mais dificuldade para escrever letras de música depois que começou a andar de táxi – de ônibus, ele tinha milhares de idéias.

Táxis, pelos personagens que você encontra atrás do volante, também são sugestivos. Mas a inspiração no ônibus realmente é diferente. Talvez seja porque você pode se desligar completamente do trajeto e prestar atenção (ou se deixar distrair pela) paisagem – no táxi, às vezes você precisa explicar onde virar, sem falar que o motorista pode exigir alguma atenção. E no ônibus o mundo chega mais perto; a conversa no banco de trás, o personagem ao seu lado... E tem a vista lá do alto, de onde se enxerga atrás dos muros e se avistam coisas que não existiam quando você estava no carro.

Andar a pé também desencadeia torrentes de idéias, é impressionante. Parece que elas acompanham a transpiração, perdendo também algumas de suas toxinas pelo caminho.

Na entrevista que Ingmar Bergman deu ao NYTimes em 95, depois de anos sem falar com a imprensa, reproduzida pelo Estadão logo depois que ele morreu, o repórter Alan Riding escreveu: “Os “demônios” que tentou exorcizar em muitos de seus filmes parecem estar sob controle. “Eles sabem que podem me alcançar de manhã cedo e, se fico na cama, me invadem por todos lados”, garante com uma risada. “Mas eu os engano porque me levanto. E eles odeiam ar fresco. Caminho rapidamente em todo tipo de tempo, e eles odeiam isso”.

Perfeito

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